Como vimos em postagem anterior (tópico de Obstetrícia), a mulher possui
um ciclo ovariano chegando à menstruação, que é a descamação da camada interna
do útero. Porém este ciclo não passa despercebido, muitas mulheres neste
período sofrem com algumas alterações típicas, dentre elas, vamos destacar a TPM e a DISMENORRÉIA (famosa CÓLICA
MENSTRUAL), dando inicio ao nosso tópico de Ginecologia.
Me deixa quieta, não provoca!!
Quem nunca ouviu isso?
A TPM, como é chamada a tensão pré- menstrual, é um conjunto de sinais e sintomas que aparecem antes da menstruação, estes são variados: irritação, agressividade, choro fácil, dor nas mamas, dor de cabeça, inchaço. Existem muitas hipóteses sobre o que causa essa tensão antes da menstruação, mas a mais aceita é que nesse período a mulher tem uma alteração nas taxas hormonais, o que explica os sintomas físicos, e que o nível de serotonina (neurotransmissor que regula o humor, o sono e alivia a dor) sofre uma queda, justificando o mal-humor e a vontade exagerada por doces. Para algumas mulheres esses sintomas acontecem até 15 dias antes de menstruar, para outras, um ou dois dias antes, e somem com a chegada da menstruação.
A DISMENORRÉIA ou CÓLICA MENSTRUAL é uma dor pélvica muito comum que acontece antes ou durante o período menstrual, e justamente por isso tem sua queixa pouco valorizada, logo, é ignorada e não tratada da maneira ideal. É caracterizada por uma dor no abdômen inferior, mas que pode está associado a dor nas pernas e região lombar, podendo ainda vir acompanhada de náuseas, vômitos, dor de cabeça, mal–estar e fadiga. A maioria das mulheres que sofrem com os sinais e sintomas causados pela dismenorréia deixam até de realizar suas atividades de vida diária e profissionais.
A cólica menstrual é causada por conta da liberação excessiva de uma
substância chamada prostaglandina, que tem a função de contrair o útero durante
o sangramento, esse aumento ocorre durante o período pré-menstrual com a
diminuição da progesterona, ocasionando a dor. Quanto menor for o útero, maior
será a produção das prostaglandinas, maior será a dor, é por conta disso que a
dismenorréia é mais comum e mais frequentes nas adolescentes e em mulheres
jovens, pois ainda está acontecendo a maturação (desenvolvimento) dos sistemas
envolvidos no ciclo ovulatório e também pelo número de gestações inferior às
mulheres mais velhas. Outros fatores podem ajudar a desencadear a dismenorréia,
como o tabagismo, maus hábitos alimentares e sedentarismo.(Se quiser saber mais sobre a ação da prostaglandina é só clicar
AQUI).
Existem dois tipos de dismenorréia:
PRIMÁRIA: que
é a menstruação dolorosa sem nenhuma doença de base, ou seja, sem nenhuma causa
aparente. Inicia cerca de 6 a 12 meses após a primeira menstruação (menarca),
geralmente acontece horas antes ou no inicio do clico menstrual, sendo mais
intensa nos três primeiros dias da menstruação.
SECUNDÁRIA: A secundária os sintomas são mais tardios, e a dor estar presente em
todos os dias do clico menstrual, acontece devido alguma doença pélvica
anteriormente já diagnosticada, sendo a mais comum, a Endometriose.
A endometriose é uma doença dolorosa e que pode causar infertilidade, se dar pela presença de tecido semelhante ao do endométrio (tecido que recobre o útero) fora do útero, ou seja, nos ovários, na tuba uterina, bexiga, e outros orgãos, os focos de endometriose sofrem influência das oscilações hormonais, tudo que ocorre com o endométrio, ocorre com esse tecido, ele descama e sangra a cada clico, só que esse sangue não tem para onde ir, ocorrendo assim uma inflamação e posteriormente aderência no local, o que dificulta o transporte do embrião para implantação, podendo causar a infertilidade. Há também uma liberação de prostaglandinas, isso explica a causa da dor. Existem várias teorias que explicam a migração desse tecido fora da cavidade uterina, porém a teoria mais aceita e que explica à presença desses focos em região mais próximas do útero é a TEORIA DA MENSTRUAÇÃO RETRÓGRADA, onde diz que durante a descamação do endométrio ao invés de descer pela cavidade uterina, os focos desse tecido sobem, se aderindo tuba uterina, nos ovários ou cavidade abdominal. (Se quiser saber mais sobre o assunto e sobre as outras teorias é só clicar AQUI )
Nem sempre a cólica menstrual intensa é um sinal de endometriose, mas não se pode negligenciar os sinais e sintomas que o corpo está sinalizando. Por isso, é tão importante a mulher conhecer o seu ciclo e o que ele manifesta ao seu corpo a cada mês. E para se fechar um diagnóstico sobre qualquer alteração menstrual, é necessário procurar o seu médico ginecologista para iniciar o tratamento adequado se for necessário.
Mas afinal, o que a Fisioterapia tem haver com tudo isso?
A fisioterapia
está dotada de algumas técnicas e dicas para aliviar os sintomas tão
indesejados dessa época. No próximo post iremos abordar a atuação da
fisioterapia na dismenorréia primária e na TPM, mas se você já está sofrendo
com algumas alterações dessa época e não pode esperar até o próximo post, aí
vai uma dica do blog: pratique exercício físico (caminhar, correr, dançar),
procure uma atividade que te faça bem (cuidar do jardim, pintar ou namorar,
pois um colo faz muito bem nesse período) e se alimente de muitas frutas,
verduras e menos doce. ATÉ A
PRÓXIMA!!!!!
REFERÊNCIAS:
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/tensao-pre-menstrual-2/
http://www.gineco.com.br/doencas-femininas/tpm
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/colica-menstrual-dismenorreia/
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4935
http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2011-24/suplemento-originais/383-392.pdf
http://www.sbafs.org.br/_artigos/388.pdf
http://fug.edu.br/revista_4/pdf/artigo6.pdf
http://www.febrasgo.org.br/arquivos/revista%20femina/FEMINA%2035-12/Femina%2012_dezembro_789.pdf
http://www.febrasgo.org.br/arquivos/femina/Femina2010/fevereiro/Femina_v38n6/Femina_v38n6_p311-5.pdf
http://www.gineco.com.br/doencas-femininas/tpm
http://drauziovarella.com.br/mulher-2/colica-menstrual-dismenorreia/
http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4935
http://www.actamedicaportuguesa.com/pdf/2011-24/suplemento-originais/383-392.pdf
http://www.sbafs.org.br/_artigos/388.pdf
http://fug.edu.br/revista_4/pdf/artigo6.pdf
http://www.febrasgo.org.br/arquivos/revista%20femina/FEMINA%2035-12/Femina%2012_dezembro_789.pdf
http://www.febrasgo.org.br/arquivos/femina/Femina2010/fevereiro/Femina_v38n6/Femina_v38n6_p311-5.pdf
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